sexta-feira, 15 de maio de 2020

4º Dia (13/08/2008) - La Paz: Chacaltaya/Vale da Lua

Acordei com o corpo todo dolorido. Meu joelho ainda estava inchado, mas com certeza o tratamento com compressas e anti-inflamatório tinha surtido efeito. Por via das dúvidas, passei o dia com a joelheira para garantir que não forçaria muito o joelho. Desci para o "desayuno" (café da manhã em espanhol) e encontrei o restante do grupo. 
Às 8h, o pessoal da agência chegou para nos levar ao Chacaltaya. Dessa vez nosso transporte era um micro-ônibus. O grupo era formado por umas 15 turistas e um guia, que falava em espanhol, depois repetia tudo em inglês. Até então, conhecíamos apenas o centro e as partes mais antigas de La Paz, região muito marcada pela pobreza. Mas pela janela do micro-ônibus, vimos outra La Paz. Uma mistura de prédios antigos e novos, de classe alta, casarões bonitos, praças e monumentos e umas avenidas comerciais bem diferentes do centro.
Saímos de La Paz rumo ao Chacaltaya. No meio do caminho paramos em uma lojinha num pequeno vilarejo para comprar lanches, porque não haveria outro lugar para comprar comida, segundo o guia. Depois, seguimos o passeio, passando por uma estrada seca, cheia de pedras e buracos, aonde vimos pela primeira vez algumas lhamas. Por causa do clima, muito frio e muito seco, e da altitude, já começávamos a sentir os efeitos do soroche (mal de altitude). 
Quase chegando ao Chacaltaya paramos para tirar algumas fotos. Vento muito frio, mas a paisagem era linda!!


  
Alguns minutos depois estávamos de volta ao micro-ônibus indo em direção a montanha. Chegamos a base da montanha e o micro-ônibus começou a subir com dificuldade. A estrada é muito estreita e íngreme, de um lado tem-se a encosta da montanha, do outro, um despenhadeiro. Cabe apenas o microônibus e nada mais. Quando ele passa, algumas pedrinhas rolam despenhadeiro abaixo. Dá um certo medo, mas só nos resta confiar na habilidade e experiência do motorista. A paisagem, no entanto, é linda.



Chacaltaya
Chacaltaya (que em Aymara significa estrada gelada) é um pico da Cordilheira dos Andes localizado na Bolívia e que possui 5.421 m de altitude. Está a cerca de 30 km da cidade de La Paz e muito próximo a Huayna Potosí. O Chacaltaya, atualmente, é administrado pelo Club Andino Boliviano e já foi considerada a maior estação de esqui da América Latina. Entretanto, a estação de esqui foi desativada por causa do aquecimento global. Hoje em dia a montanha recebe apenas turistas que buscam apreciar a vista dos picos mais altos da Bolívia e curtir um pouco da neve que ainda cai no topo.



Chegando a base da estação, pagamos uma taxa de Bs$15,00 para entrar. Fiquei impressionada com a formação da montanha. Não é de terra firme, como imaginava. Ela é formada de placas, que se parecem muito com pedras, mas não são. O guia mesmo pegou uma e atirou no chão, quebrando-a no meio. E elas são meio escorregadias também. 



Começamos a subida. Um vento frio junto com cristais de neve nos acompanharam até o alto. O ar ficava mais escasso a cada passo, e doía para respirar. Era como se as vias respiratórias estivesse congelando. Mesmo tomando o remedinho da altitude (Diamox), era impossível não sentir falta de ar, tonteira, coração acelerado e pressão nos ouvidos. Meu joelho também não estava facilitando. Dica: leve uma garrafinha de água a tiracolo. Ajuda muito.
Acho que levamos uma hora para chegar ao cume. Todo o frio e esforço valeram a pena: a vista é incrível!! Dava pra ver outras montanhas legais como Wayna Potosi (5.975m) e o Illimani (6.462 m). Dizem que dá pra ver o Lago Titicaca e a cidade de El Alto, mas não me lembro de ter visto. 



Fazia muito frio lá em cima. O Xykão levou um uísque, e foi ótimo para aquecer. Ainda ficamos uns 20 minutos admirando a paisagem, descansando e tirando fotos.


A descida foi bem mais fácil e rápida. Eu ia mais devagar, porque por incrivel que pareça, descer com o joelho machucado é bem mais difícil que subir. 





Chegamos lá embaixo em uns 20 minutos. Entramos na antiga estação de esqui, e não tem nada demais lá dentro. Depois esperamos o pessoal chegar, entramos no micro-ônibus e começamos a descer a montanha.



Aproveitamos para fazer um lanche, já que era quase meio dia e ainda íamos conhecer o tal Vale da Lua. Fizemos o trajeto de volta a La Paz, passando pela mesma estrada seca de antes. Chegando em La Paz, todo o grupo desceu, exceto nós seis, que ainda iríamos conhecer o Vale da Lua, que fica a uns 10 km de La Paz.

Vale da Lua
Valle de La Luna (Vale da Lua, em português) é um sitio arqueológico localizado em La Paz, Bolívia.
Apresenta formações rochosas com um belo visual que lembra a paisagem lunar, por isso o nome. É uma pequena e curiosa região desértica, com vegetação de cactus, onde a erosão esculpiu algo semelhante à superfície da lua.



Chegamos lá e a primeira coisa a fazer foi desfazer de um pouco de roupa, porque lá estava muito quente. Pagamos Bs$15,00 para entrar, e o guia foi nos acompanhando pelos vários caminhos, com nomes diferentes, mas aparência idêntica.  Andamos lá por quase uma hora de subidas e descidas por entre as erosões. Apesar do calor, foi um passeio legal.








Na volta pedimos para o guia nos deixar no meio do caminho porque queríamos conhecer a cidade e almoçar. Já era quase 15h quando paramos numa pizzaria. Almoçamos, fizemos uma horinha por ali, andando pela praça, e depois pegamos um taxi de volta para o hotel.



Antes passamos em uma agência (que não me lembro o nome) e compramos um pacote para Copacabana, nosso próximo destino. Alguns podem achar caro pagar Bs$270,00, mas isso equivale a R$64,00 e consistia em: nos pegar no hotel de manhã, levar até Copacabana, diária no hotel com almoço, jantar e café da manhã, além de um guia para os acompanhar pela cidade no outro dia de manhã. Para nós valeu muito a pena, e no fim das contas, achamos até muito barato. 
À noite decidimos sair pra conhecer a vida noturna da cidade. Era nosso terceiro e último dia em La Paz e ainda não tínhamos saído. Decidimos ir pra um bar chamado Mongo’s, que tinha sido bem recomendado nos blogs de viagem. Chegamos lá, era um pub que a partir da meia noite virava boate. Pedimos umas bebidas e para comer, decidimos experimentar a famosa carne de lhama. A carne de lhama não é tão boa quanto a bovina, mas agrada. 




Terminamos de comer e ficamos jogando conversa fora, mas o cansaço foi batendo e ninguém conseguiu esperar a boate. Fomos todos embora para o hotel, organizar as coisas para viajar no outro dia de manhã.

** Gastos do dia:
- Lanches – Bs$17,00
- Entrada Chacaltaya – Bs$15,00
- Entrada Vale da Lua – Bs$15,00
- Pizzaria – Bs$18,00
- Taxi – Bs$2,00 p/ cada
- Passeio Copacabana – Bs$270,00
- Taxi – Bs$2,50 p/ cada
- Mongo’s – Bs$35,00
- Taxi – Bs$2,00 p/ cada
- Hotel Condeza – US$30,00 (US$10,00 p/ cada)

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