segunda-feira, 18 de maio de 2020

7º Dia (16/08/2008) - Arequipa

Pela primeira vez em muitos dias não precisamos levantar tão cedo. Acordamos por volta de 10h e nos reunimos na entrada do albergue. Como as diárias encerravam ao 12h, desocupamos os quartos e deixamos as mochilas no depósito do albergue. Saímos então pelas ruas de Arequipa em busca de um café da manhã.

Arequipa
Arequipa é a segunda maior cidade do Peru e é conhecida no país como “Cidade Branca”. Isso se deve à cor clara da lava vulcânica, chamada sillar, utilizada na construção de numerosos edifícios. A altitude é de 2500m e o clima ameno, apesar dos ventos frios. Está situada perto da base do El Misti (5.821m), um vulcão que se encontra adormecido e que domina por completo a paisagem da cidade, com o seu cume coberto de neve. Ao lado desta montanha, encontra-se outro vulcão chamado Chachani (6.075m) e o Pichu-Pichu (5.425m). Arequipa é conhecida pela sua atividade cultural e econômica. Trata-se do centro mais importante da indústria têxtil de lã de Alpaca do país.

Arequipa também é famosa por sua culinária. Andando pelas ruas, passamos por diversas lojas de doces, coloridos e apetitosos. Paramos em uma padaria para tomarmos nosso café da manhã e fomos muito bem servidos. Depois da padaria, seguimos em direção à Praça das Armas. 

** CURIOSIDADES **
A Plaza Mayor, ou Plaza de Armas, além de marcar o centro das cidades com colonização espanhola, reúne as principais e mais importantes construções de cada lugar e é ponto de encontro da população local. Toda cidade peruana possui sua Plaza de Armas. 

A grande e encantadora Praça das Armas de Arequipa, branca e enfeitada por palmeiras, abriga a Catedral da cidade. Como pano de fundo, está o imponente El Misti, com suas neves eternas. É realmente muito bonita.







Era sábado e a praça estava lotada. Andamos pela praça para fazer o reconhecimento do local, e passamos por diversas lojas e agências. O passeio mais famoso por lá é o Vale e Cânion del Colca, mas como não tínhamos dias suficientes, ficou para próxima! 

Vale e Cânion del Colca
Localizado cerca de 151 km ao norte da cidade de Arequipa, o vale do Colca tem uma extensão de 100 km de comprimento e ocupa somente um setor da bacia do rio Colca. O cânion é considerado um dos mais profundos do mundo. Esse passeio termina num mirante chamado “Cruz do Condor” de onde se pode apreciar o majestoso vôo dos condores.

Ficamos matando o tempo nas lojinhas ao redor da praça até a hora do almoço. Tinha muita coisa legal, mas os preços não eram tão atrativos como os preços bolivianos. 
Estávamos decididos a comer bem. Existem dezenas de bons restaurantes, todos dentro de uma área relativamente pequena, próxima ou na própria Plaça das Armas, e que servem todo tipo de prato. Escolhemos um restaurante com vista panorâmica, que infelizmente não me lembro o nome. Antes de escolhermos os pratos principais, pedimos uma ceviche de camarão de entrada, enquanto apreciávamos a paisagem e tirávamos fotos.






Os pratos principais demoraram muito. Cada um pediu um prato diferente: costela de carneiro, risoto, corvina grelhada e costela de carneiro. Apesar da demora e do péssimo atendimento, comemos muito bem. Enquanto almoçávamos, um grupo de músicos trajando roupas típicas e bem coloridas entrou pelo restaurante, tocando aquelas músicas andinas. Foi bem legal.






Terminamos de almoçar por volta das 15h. Decidimos voltar ao albergue para pegar nossos pertences e ir para a rodoviária comprar as passagens para Camaná. No roteiro original iríamos para Mollendo, com a idéia de conhecer o Oceano Pacifico. Mas um nativo muito simpático nos disse que Mollendo nessa época não era bom. Não tinha ônibus direto e que teríamos dificuldades em encontrar hotéis para ficar. Sugeriu que fossemos para Camaná e aceitamos a sugestão.
Saímos do albergue com a mochila nas costas atrás de um taxi. Em Arequipa tem uns mini-taxi que são muito engraçados. São pequenos e rebaixados, e por causa das bagagens, nenhum deles quis nos levar. Por fim encontramos um motorista de taxi normal que aceitou levar nós 6 por S$6,00. 




Chegamos na rodoviária de Arequipa e por lá ficamos durante 3 horas, esperando nosso ônibus. Além do trecho Arequipa-Camaná, aproveitamos para comprar as passagens de Camaná-Nazca e Nazca-Cusco, todos pela Cruz Del Sur. O trecho Nazca-Cusco, que tinha duração de quase 20h, compramos tipo leito, já que a diferença de preço não era tão grande.
Compramos uns lanches e pegamos o ônibus das 19h30 com destino a Camaná. A previsão era chegar lá 22h30, percorrendo 174km. A viagem foi bem tranquila.
Se o motorista não tivesse avisado que estávamos em Camaná, com certeza teríamos passado direto, pois a cidade não tem rodoviária. O ônibus simplesmente pára no meio da avenida principal para que os passageiros desçam e peguem seus pertences e depois vai embora. 
Já era 23h e fazia muito frio. Saímos caminhando pela avenida principal em busca de um hotel. Entramos no primeiro que avistamos, mas não tinha vagas. Caminhamos mais um pouco e entramos em outro. Nada também. Lá nos informaram que numa rua próxima havia um albergue: Gran Hostal Premier, que poderia ter vagas. E tinha!
O Gran Hostal Premier estava longe de ser um 5 estrelas, mas era a nossa única opção. Os quartos eram pequenos, meio apertados, mas tinha banheiro privado, água quente e TV a cabo. Deixamos as bagagens no quarto e saímos pela cidade em busca de algo para comer.
Andamos pelas ruas vazias e escuras de Camaná e só o que havia para comer era frango, em todos os lugares. Paramos numa lanchonete (que só tinha pollo no cardápio), nos acomodamos e quando o cardápio chegou, todos acharam graça. Os frangos eram servidos da seguinte maneira: 1, 1/2, 1/4 ou 1/8. Isso mesmo, pegava-se o frango e se o pedido não fosse inteiro, era dividido em 2, 4 ou 8 pedaços. O prato vinha acompanhado de arroz e papas (encharcadas). Cada um de nós pedimos 1/8 de frango e logo que terminamos de comer, voltamos pro albergue.
Na hora de tomar banho: surpresa! A água não tinha nada de "caliente". Segundo o atendente, o sistema de aquecimento era solar, e como já estava tarde, a água quente já tinha acabado. Tivemos que tomar banho na água fria mesmo. 

** Gastos do dia:
(Arequipa)
- Café da Manhã – Sl$3,50
- Balas de Coca – Sl$10,00
- Almoço – Sl$48,80
- Taxi – Sl$6,00 (Sl$1,00 p/ cada)
- Passagem Arequipa-Camaná – Sl$13,00
- Passagem Camaná-Nazca – Sl$73,00
- Passagem Nazca-Cusco – Sl$130,00
- Lanche – Sl$9,50 (Sl$1,58 p/ cada)

(Camaná)
- Jantar – Sl$5,20
- Albergue – Sl$60,00 (Sl$20,00 p/ cada)

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